Festa, esta é a melhor palavra para resumir o que aconteceu ontem no Mineirão. Atlético e Náutico enfrentaram-se no Mineirão diante de 40 mil torcedores pela 6ª rodada do Brasileirão e o resultado foi perfeito para o alvinegro: 3 a 0. Vencendo o Timbu, o Galo assumia a ponta do campeonato, mas dependia de um empate do Internacional com o Vitória, que acabou acontecendo, Galo líder com 14 pontos. No próximo domingo os atleticanos enfrentam o Santos na Vila Belmiro, buscando manter as boas atuações fora de casa.
O início da partida já mostrava o que se esperar destes 90 minutos, o Galo começou a todo vapor e partindo para cima dos pernambucanos; com um minuto, Márcio Araújo achou um buraco no meio de campo e arriscou um chute que assustou o goleiro Eduardo - que foi ovacionado antes do jogo pela torcida do Atlético, por ter uma grande identificação com o clube - e saiu. Então, o que parecia ser um jogo promissor, ficou feio. Logo aos dez minutos, Thiago Feltri entrou de carrinho dividindo a bola com Aílton e acabou acertando a canela do adversário, o árbitro Francisco Nascimento aplicou cartão vermelho direto e expulsou o lateral.
Com dez jogadores em campo a missão seria mais difícil, o Galo teve que mudar sua maneira de jogar mas mesmo assim a incrível postura vencedora e de superação dos atleticanos permitiu ao alvinegro uma ótima atuação com um a menos. Poucos minutos após a expulsão de Feltri, Diego Tardelli de Gladstone na corrida e tocou para Márcio Araújo que chegou atrasado. Aos 13, finalmente a Massa gritou gol, Éder Luís cruzou da direita para Tardelli que deu um toque de calcanhar maravilhoso para o lateral Júnior mandar a bola para o fundo das redes.
Era impressionante, mesmo com um jogador a mais, o Náutico estava neutralizado pelo Galo e sofrendo forte pressão. O volante Renan recebeu a bola, abriu espaço e chutou de dedão fazendo Eduardo defender uma difícil bola. Aos 23 minutos, Tardelli ganhou mais uma vez a disputa com Gladstone, avançou em direção ao gol mas na hora de chutar foi travado. Cinco minutos depois, Carlos Alberto apareceu livre pela direita e chutou forte, obrigando Eduardo Fazer outra intervenção complicada. No finzinho da primeira etapa o Náutico quase empatou, lançamento na ponta esquerda e Gilmar apareceu livre na frente de Aranha, o goleirão atleticano agiu como o próprio super-herói e deu uma voadora na bola salvando o Galo.
Os dois times voltaram os mesmos para o segundo tempo e o Náutico parecia estar com mais vontade, já com quatro minutos Carlinhos Bala apareceu livre e chutou forte, Aranha defendeu. Logo em seguida, cobrança de falta na cabeça de Gladstone e o goleiro atleticano fez uma defesa dificílima com o pés. O árbitro alagoano Francisco Nascimento voltou a causar polêmica nesta mesma jogada, na sobra de bola o zagueiro Vágner Silva entrou de carrinho por trás em Carlos Alberto e acabou recebendo o cartão vermelho direto.
Depois destas chances do Timbu, deu-se início a uma série de ataques atleticanos: aos oito, Júnior chutou forte e Eduardo defendeu; Diego Tardelli recebeu pela esquerda e bateu torto, assustando o gol dos pernambucanos; aos doze minutos, o mesmo Tardelli cruzou da linha de fundo para Éder Luís mas o zagueiro adversário tirou de cabeça; pouco depois, Júnior saiu correndo em direção à ponta direita e chutou, para a sorte de Eduardo, Asprilla tirou a bola na linha do gol.
Estreando no comando do Timbu, o técnico Márcio Bittencourt mexeu no time para tentar chegar ao empate, sacou o meia Aílton e colocou o experiente Kuki. Mas a situação só estava piorando, aos 15 minutos Derley deu uma entrada desonesta em Renan e também foi expulso. Agora o jogo vivia outro momento, o Galo tinha um a mais em campo e soube aproveitar bem. Júnior cobrou falta na ponta direita e cruzou para o segundo pau, lá estava ele, o matador atleticano Diego Tardelli deu uma cabeçada forte para o fundo das redes fazendo o seu primeiro gol de cabeça com a camisa atleticana e ampliando o placar para 2 a 0.
Daí para frente foi só festa, os jogadores do Galo tocavam a bola com calma aos gritos de "olé" da torcida, que desviou a atenção do jogo para fazer a tão conhecida "ola". O alvinegro estava dominando o jogo completamente e era questão de tempo para marcar mais um, o problema era que os atacantes estavam perdendo muitos gols.
Aos 35, Celso Roth trocou a dupla dinâmica Éder Luís e Diego Tardelli pelo reserva de luxo Alessandro e Kléber. Com três minutos em campo, o garoto Kléber tabelou com Márcio Araújo que chutou rasteiro no canto esquerdo de Eduardo e aumentou a vantagem para 3 a 0. Depois do terceiro gol foi tranquilidade total, ainda no finzinho Roth voltou a substituir, colocando Tchô no lugar de Jonílson. Fim de papo no Mineirão, Galo três Timbu zero.
Este é o melhor começo de Campeonato Brasileiro do Galo desde 2003, quando o treinador também era Celso Roth. O alvinegro lidera a competição com 14 pontos, o mesmo número de pontos do Internacional mas com maior saldo de gols (9).
-Melhor em campo: Diego Tardelli (cheio de garra, determinação e muita raça; buscou ajudar o Galo os 90 minutos, batalhando sempre pelo gol; a todo momento pedia a torcida para gritar e apoiar o time; é a cara do Galo.)
-Pior em campo: Thiago Feltri (a única baixa da equipe neste domingo; mesmo com a vitória por 3 a 0, quase conseguiu complicar um jogo que poderia ser mais fácil; explusão completamente infantil, mesmo que tenha sido sem querer, foi no mínimo imprudente.)
Por: Fernando Osório
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