Olê Marques!

Mal sabia aquele garoto que chegou aqui em 1997, vindo de fracas passagens por Flamengo e São Paulo, o que o aguardava no futuro. Grande promessa no Corinhtians, o jovem Marques Batista de Abreu não conseguia corresponder o bom futebol apresentado nas categorias de base no profissional. Com 24 anos o atacante desembarcava em Belo Horizonte para respirar novos ares aqui no Atlético, e poucos jogos foram suficientes para que o jogador impressionasse a torcida. Dribles agéis e curtos, uma capacidade incrível de servir o companheiro caracterizavam Marques como um grande garçom. Tornou-se ídolo da Massa, consagrou Valdir Bigode por dois anos; mais tarde faria de Guilherme artilheiro do Campeonato Brasileiro de 2002, isso após três temporadas de parceria (1999 a 2001). Virou a cara do Galo. Acabou passando pelo Vasco e futebol japonês antes de retornar em 2005, para tentar salvar o alvinegro do rebaixamento. Em sua reestreia marcou dois gols e teve mais uma vez seu nome ecoado no Mineirão: olê Marques! Batalhou, lutou, mas não teve jeito, o Atlético acabou rebaixado. O xodó da Massa deixava mais uma vez o clube e retornava ao Japão. Mas nem a distância foi suficiente para abater o amor de Marques pelo Galo. O craque voltou ao clube em 2008, sendo anunciado como o primeiro reforço para o ano do Centenário. Teve uma recepção de rei, de um autêntico ídolo. O baixo nível técnico do time, não permitia que o bom futebol do craque aparecesse, mas com os poucos 6 gols que marcou na temporada, tornou-se o nono maior artilheiro da história do Clube Atlético Mineiro. Desde então no clube, sempre teve o nome gritado pela Massa e toda vez que entrava em campo era ovacionado. A heróica trajetória pelo Galo chegaria ao fim em 2010. Na final do Campeonato Mineiro, diante do Ipatinga, Marques balançou as redes pela última vez e explodiu o Mineirão. Para sua própria surpresa, este seria seu útlimo jogo como profissional. Com 386 partidas, é o 11º jogador que mais vezes vestiu o manto sagrado; autor do milésimo gol do Galo em Campeonatos Brasileiros; atleta que mais vezes defendeu o clube na competição nacional; vencedor de sete Troféus Guará. Definitivamente, faltou sensibilidade e respeito por parte de Alexandre Kalil e Vanderlei Luxemburgo com o ídolo. Obrigado por tudo Marques, a partir de agora você não é mais um mero xodó, você é um mito.
Fernando H. B. Osório
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