segunda-feira, 4 de maio de 2009

Kalil vê primeiro semestre como "desastroso"


Esta segunda-feira foi um dia bem movimentado na Cidade do Galo. Durante a manhã, a diretoria atleticana anunciou a demissão do técnico Émerson Leão, que na verdade ocorreu durante a madrugada. Ao mesmo tempo que uma dispensa foi anunciada, a contratação de um novo comandante foi divulgada minutos depois. Celso Roth chegou para assumir o Galo já nessa tarde.

A grande polêmica foi o porque da demissão de Leão, já que o treinador tinha aproveitamento de 71% e apenas 4 derrotas no ano em 23 jogos. Porém se enxergarmos por outro lado, veremos que o presidente Alexandre Kalil foi coerente. Émerson Leão custava um absurdo aos cofres do Clube, e mesmo com apenas 4 derrotas no ano, três foram para o Cruzeiro, sendo que uma foi por 5 a 0. Duas dessas derrotas em 23 jogos custaram o semestre do Atlético. Ao ser goleado pelo rival, perdeu o título mineiro e depois de perder por 3 a 0 para o Vitória, a classificação para as quartas de final da Copa do Brasil é quase impossível.

Hoje, durante a apresentação do novo técnico, Celso Roth, Kalil aproveitou para comentar sobre a temporada 2009 do Galo, o presidente julgou o semestre como "desastroso":

- Considero o primeiro semestre do Atlético desastroso. Se a torcida não acha, o presidente tem que ser trocado. Eu disse aos jogadores que o meu Atlético não vai ser o desastre que este Atlético foi - afirmou.

Mesmo não aprovando o ano do Galo, Kalil não transferiu toda a culpa para Émerson Leão. Pelo contrário, o presidente elogiou o trabalho do ex-treinador atleticano:

- O momento é doloroso para todos nós. Quero falar da seriedade e da honestidade do trabalho do Leão. Ao contrário do que dizem, é educado, tivemos uma relação profissional muito legal, sempre respeitosa. Quero deixar meu elogio ao profissional que ele foi comigo – ressaltou.

Mesmo que a torcida acredite e que o futebol seja uma "caixinha de surpresas", é pouquíssimo provável que o Atlético consiga vencer o Vitória por 4 gols de diferença e avançar na Copa do Brasil. Com a provável eliminação na competição, para evitar o crescimento da crise, Kalil prefirou trocar o treinador e já começar o Campeonato Brasileiro com uma nova gestão.

- Quando se aprofunda uma crise no clube, você vai no mercado e busca o que tem. Como tivemos uma crise no primeiro semestre, e tínhamos à disposição um treinador do mesmo nível do que sai para fazer um segundo semestre bom ou mais, é um momento muito importante. Aproveitamos a disponibilidade de um treinador escolhido entre os três melhores do Brasil no ano passado, no Prêmio Craque Brasileirão. Ele foi vice-campeão brasileiro com Grêmio, levou o clube para a Libertadores e entregou classificado para a próxima fase. É o que quero para o Atlético – justificou.

O presidente do Galo acreditava que a permanência de Leão poderia evitar uma ascensão da equipe. Com a chegada de um novo comandante os atletas poderiam ficar mais animados e quem sabe reagir. Não só contra o Vitória, mas dar a volta por cima e fazer um bom resto de temporada.

- Botei a responsabilidade nas minhas costas e estou fazendo o que penso. Tenho medo dessa crise se aprofundar e, quando começar o Brasileiro, todos os grandes técnicos estarão estabilizados – ponderou.

Por: Fernando Osório
Entrevistas: www.globo.com

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