
Neste domingo, o estado de Minas Gerais conheceu seu novo campeão estadual, aliás, de novo não teve nada. Como já era de se esperar a Raposa conquistou o bicampeonato ao vencer o Campeonato Mineiro 2009 invicto, depois de golear no primeiro jogo por 5 a 0 e empatar o segundo em 1 a 1. O Galo bem que tentou, os jogadores deram o máximo de si, a Massa - mesmo em pequeno número - cantou durante todo os 90 minutos e em nenhum momento mostrou-se hostil com a equipe, mas depois daquele desastre na primeira partida, o Campeonato Mineiro não poderia ter outro campeão, senão o Cruzeiro. Na quarta, o Galo enfrenta o Vitória pela Copa do Brasil no Mineirão às 21:50, precisando vencer por 4 a 0 para avançar às quartas de final. A Raposa pega o Universidad do Chile em Santiago na quinta-feira, dando início à fase de mata-mata da competição sulamericana.
A partida foi marcada devido à ampla vantagem celeste nas arquibancadas. Como a Raposa já era praticamente campeã, os atleticanos preferiram assistir o jogo em casa, enquanto os cruzeirenses garantiram seus ingressos e foram ao Mineirão. O clima não estava de decisão, mas sim de festa. A torcida celeste pouco se importou com o que aconteceu dentro das quatro linhas e queria mais era o fim da partida, para poder soltar o gritão de campeão, ou melhor, bi-campeão. Quanto aos atleticanos, mesmo em menor número, fizeram muito barulho, apoiaram o jogo inteiro e deram um lição do que é ser apaixonado por seu time. Mesmo depois do fim da partida, a Massa aplaudiu aos atletas e ao técnico Émerson Leão, pelo esforço mostrado dentro de campo.
Como precisava vencer por cinco gols de diferença, o Galo teve um início de jogo eletrizante. Já aos cinco minutos, Diego Tardelli roubou a bola do zagueiro Gustavo, tocou para Éder Luís, que na hora de concluir foi travado. Poucos minutos depois, o Cruzeiro errou a saída de bola e mais uma Éder teve a chance de marcar o primeiro, o atacante driblou cerca de três cruzeirenses, mas demorou demais para finalizar e acabou perdendo a bola para Fabrício.
Só dava Galo, a Raposa ainda não tinha entrado no jogo. Aos quinze minutos, a Massa quase soltou o tão desejado grito de gol. O lateral Marcos Rocha avançou pela direita, o goleiro Fábio espalmou a bola e por muito pouco a pelota não sobrou para o matador Tardelli. Um minuto depois, finalmente chegou a hora de comemorar. Com habilidade, Éder Luís avançou pela ponta esquerda, chegou próximo à linha de fundo e cruzou de perna direita para o estreante do dia, Fabiano sacudir a rede celeste e abrir o placar para o Galo. 1 a 0.
Mas, a alegria atleticana durou pouco. Aos 21 minutos, Soares é derrubado por Marcos Rocha e o árbitro Leonardo Gaciba marca pênalti. Sinceramente que mesmo depois de ver o replay, ainda não me convenci que houve penalidade na jogada. O atacante cruzeirense Kléber, cobrou forte e no meio do gol, equalizando o placar do clássico, 1 a 1.
Teoricamente, o gol deveria desanimar os jogadores alvinegros, mas não foi isso que aconteceu. O Galo não desanimou e apenas três minutos depois do gol do Cruzeiro, Diego Tardelli driblou dois zagueiros cruzeirenses e chutou para o gol, a bola passou rente à trave e saiu. Por volta dos 27 minutos, outro lance polêmico voltou a acontecer. O meia Wágner invadiu a área atleticana e sofreu um carrinho do volante Carlos Alberto. Leonardo Gaciba entendeu que o camisa 10 celeste simulou o pênalti e aplicou o cartão amarelo. Ao ver o lance na TV, acredito que Carlos Alberto foi imprudente e que se o árbitro quisesse, poderia ter marcado o penal.
No fim do primeiro tempo o Galo voltou a passar na frente, mas a péssima bandeirinha Katiúscia anulou o gol. Diego Tardelli tinha recebido cruzamento de Marcos Rocha e apenas empurrou a bola para as redes. A auxiliar acertou ao anular o gol, porém o adjetivo "péssima" só foi referido a ela, devido a outras atuações em partidas do Galo, quando nos prejudicou, por exemplo em Atlético e Guaratinguetá pela Copa do Brasil.
O técnico Émerson Leão saiu enfurecido com a arbitragem e se dirigiu em direção a Leonardo Gaciba. O treinador atleticano criticou, sem razão, o gol anulado por Katiúscia e pênalti marcado pelo juiz. Depois de falar muito, o comandante alvinegro acabou sendo expulso.
- É a mesma de Guaratinguetá (citando a bandeirinha), e é o mesmo Gaciba de sempre, que quer aparecer mais do que o jogador - reclamou.
Já no segundo tempo, a missão do Galo, que era praticamente impossível, passou a virar milagre. Logo aos seis minutos de jogo, o volante Carlos Alberto fez falta dura em Wágner, como já tinha amarelo, recebeu o segundo e acabou expulso. A situação atleticana era tão difícil, que a torcida do Cruzeiro deu início aos gritos de "Bicampeão".
Daí para frente, a partida ficou ruim. A Raposa sem vontade tentava atacar mas não concluía com perigo. O Galo, depois da expulsão de Carlos Alberto, tinha que ser mais cauteloso para não sofrer gols e acabar sendo derrotado mais uma vez pelo rival. Lances de perigo foram raros, mesmo com a equipe celeste indo ao ataque com frequência. Vale ressaltar apenas, um chute perigoso de Wágner e uma bela jogada de Tardelli aos 26 minutos. O mesmo foi debochado pela torcida do Cruzeiro, sendo chamado de "pipoqueiro". Injustamente pois nestas duas finais, fazendo uma análise geral, "Diegol" foi o melhor do Atlético, sem falar que se tornou artilheiro do estadual e é atualmente o artilheiro do Brasil.
Já aos 44, o que provavelmente viria a acontecer se comprovou: algum jogador atleticano perder a cabeça. O "premiado" foi o zagueirão Welton Felipe, que fez uma bela partida. O gigante atleticano, se irritou com o camisa 30 cruzeirense Kléber e aplicou um chute quando este estava no chão. Welton foi expulso por Gaciba, mas levou com ele o seu quase xará Wellington Paulista, que se irritou com o atleticano e o empurrou agressivamente. Fim de papo no Mineirão. Resultado: 1 a 1, Cruzeiro bicampeão invicto.
-Melhor em campo: Júnior (jogou muita bola! Acertou tudo o que tentou, deitou e rolou nas costas do péssimo Jancarlos, fazendo belos cruzamentos e jogadas inteligentes.)
-Pior em campo: Carlos Alberto (seu futebol está em queda livre! Errou muitos passes e terminou o jogo expulso.)
Por: Fernando Osório
Entrevistas: www.globo.com
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